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domingo, 31 de julho de 2011

Artigo Pr. Samuel - 09


Quando celebramos a Páscoa...

Ao chegar a Semana Santa, quando celebramos a Páscoa, temos sempre presente a opção de pensar no legado dessa festa de origem judaico-cristã e sobre a atitude que devemos ter para celebrá-la. Sabemos que muitos jamais o fazem. Assim, há os que celebram a Páscoa com a única preocupação dos quilos a mais que podem ganhar, obviamente por causa do excesso de chocolate.

Há também os que nutrem uma visão meramente comercial, com a possibilidade de bons negócios e dos lucros que possam auferir. Alguns poucos celebram-na sentindo-se mais próximos de Deus, contritos e arrependidos, mas com alegria espiritual e imensa gratidão pela obra redentora de Cristo. Outros há que não a celebram, antes a sofrem, se entristecerem, ou se privam das mínimas alegrias.

Quando pensamos em todas as movimentações que permeiam essa celebração e observamos os comportamentos e sentimentos demonstrados, podemos indagar o que Jesus poderia estar pensando das nossas motivações e atitudes. Será que Jesus se sente honrado com todas as manifestações que são feitas em Seu nome?

Sabemos que a Páscoa, originalmente, foi instituída como festividade símbolo da libertação de Israel do Egito, no evento conhecido como Êxodo. Nessa ocasião, um cordeiro era morto, comia-se sua carne numa reunião familiar, acompanhado de ervas amargosas e pão sem fermento. Essa celebração fazia parte da Antiga Aliança e apontava para o Cordeiro de Deus que seria morto pela humanidade.

Com Sua morte, Cristo instituiu uma Nova Aliança, celebrada com a Santa Ceia, comendo pão e bebendo vinho, que simbolizam o corpo de Jesus ferido e o Seu sangue derramado na cruz para salvar os pecadores.

Alguns religiosos colocam uma ênfase exagerada no sofrimento e morte de Cristo, como se a história tivesse parado nesse ponto, e nada falam da ressurreição. Em vez de alegria, há celebração da tristeza.

Ora, assim como a Páscoa dos judeus falava de libertação, também a Páscoa dos cristãos deveria falar alegremente da libertação que a morte e ressurreição de Cristo nos possibilitou. É isso que os evangelhos nos apresentam.

Por exemplo, no domingo, quando dois discípulos caminhavam para Emaús, com suas mentes embotadas pelos últimos acontecimentos da sexta-feira trágica, quando Jesus fora crucificado e morto, sua conversa girava acerca disso e de um novo “boato” que partira das mulheres.

O rumor de que Jesus havia ressuscitado se avolumava, mas debaixo de grande ceticismo. Nesse momento, Jesus se achega e pergunta o que lhes preocupava e sobre o que conversavam. Eles, perplexos, disseram: “És o único que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias?”

E Jesus, sendo o único que realmente sabia de tudo, perguntou: “Quais?” E eles continuaram: “O que aconteceu a Jesus, que era profeta, poderoso em palavras e obras, e como as autoridades o condenaram e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de nos redimir; mas depois de tudo, é já este o terceiro dia, e nada aconteceu. E algumas mulheres disseram que ele ressuscitou. Alguns dos nossos foram ao túmulo e viram que estava vazio, mas não o viram” (Lc 24.13-35).

Ao usarem todos os verbos no passado, mostram que estavam presos no pensamento da morte, fixados nas trevas da tragédia da sexta-feira. Isso lhes roubava a luz da ressurreição do domingo. Por isso, a ressurreição, para eles, era apenas uma “conversa de mulheres”. Mas Jesus toma a palavra, os adverte, e cita as Escrituras a Seu respeito, dizendo que embora Sua morte estivesse predita, esta não seria a última palavra, mas sim a vida eterna que a Sua ressurreição traria a todos.

Essa é essencialmente a mensagem da Páscoa: Jesus vive! Infelizmente, ainda hoje, alguns continuam curtindo as dores da morte de Jesus. Outros ficam apenas chocados pela crueldade dos que mataram o Filho de Deus. Outros, mesmo sem bases bíblicas, celebram com a alegria rasa de chocolates e comilanças.

Anos de “poeira” histórica fizeram com que a real dimensão da Páscoa fosse perdida. O sacrifício do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo foi o maior ato do amor divino em prol da humanidade. Lamentavelmente, alguns se embriagam de futilidades e se esquecem da tragédia da cruz e da glória da ressurreição.

Quando celebramos a Páscoa, precisamos saber que não podemos viver nos mesmos pecados pelos quais Jesus morreu. Precisamos conhecer o poder da Sua ressurreição, pois Deus “nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pe 1.3). Só assim a Páscoa será feliz com Jesus!

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/

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