Rádio

domingo, 31 de julho de 2011

Artigo Pr. Samuel - 10


Antes da Páscoa

A Páscoa está chegando e, talvez, algumas pessoas estejam se indagando sobre o que fazer antes dela; ou então, pensando em como deveriam se preparar. Quantos ovos de chocolate comprar? E os coelhinhos de pelúcia? E as comidas especiais?

Ora, nada contra coelhinhos e ovos de chocolate, ou comidas especiais, mas devemos perguntar: o que os mesmos têm a ver com a verdadeira Páscoa?

Antes da Páscoa, convém que considerarmos a simbologia envolvida nessa comemoração. Os símbolos atuais, além dos poderosos atrativos comerciais que possuem, de certa forma não fazem outra coisa senão ocultar o verdadeiro sentido dessa festa judaico-cristã. Isto porque nada diz sobre coelhinhos saltitantes, fala de cordeiros mortos e sangue; nada diz sobre ovos de chocolate, fala de ervas amargosas.

Os símbolos da Páscoa são deveras importantes. Um símbolo é importante em razão de sua forma (ou sua natureza) servir para evocar, representar ou substituir, num determinado contexto, algo abstrato ou ausente.

Originalmente, a Páscoa foi instituída como festividade símbolo da libertação do povo de Israel do Egito, no evento conhecido como Êxodo. O Senhor Deus disse que cada família deveria tomar um cordeiro, sacrificá-lo e comê-lo assado, junto com ervas amargosas. Depois, deveria ser passado o sangue do cordeiro nos umbrais e nas vergas das portas. O Anjo da Morte percorreria a terra e passaria por cima das casas que tivessem o sinal do sangue e pouparia os seus primogênitos. (Êxodo 12)

Dessa sequência de eventos origina-se o termo Páscoa (do hebraico pesah) que significa “passar por cima”, ou “poupar”. Depois que o povo de Israel saiu do Egito, Deus ordenou a celebração contínua da Páscoa como memorial dessa libertação.

Mas a mensagem da Páscoa, embora se reporte a um acontecimento distante na História, traz importantes lições, contidas nos seus próprios símbolos. Assim, a Páscoa continha um simbolismo profético, como “sombras das coisas futuras”, que apontava para a redenção efetuada por Cristo. O apóstolo Paulo afirmou: “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Co 5.7). O cordeiro morto era como um símbolo antecipado do sacrifício de Cristo na cruz pelos nossos pecados. As ervas amargosas simbolizavam o nosso arrependimento.

Em suma, a Páscoa simboliza três coisas: liberdade da escravidão, salvação da morte e caminhada para a terra prometida. Para os hebreus, isso tinha um sentido físico, pois havia a escravidão a ser subvertida, a morte iminente a ser suplantada e a terra a ser conquistada.

Para nós, há o sentido de natureza estritamente espiritual, pois precisamos ser libertados da escravidão do pecado, ser salvos da morte, e caminhar na certeza de que o céu, onde Cristo habita, é o nosso destino final.

Infelizmente, para não poucos, a Páscoa nem sempre é um processo de expressão de fé; ela diz respeito ao rigor religioso da proibição de comer carne vermelha e à obrigação de frequentar a igreja. Para muitos, apenas enseja a oportunidade de comer chocolate, muitos ovos de Páscoa.

Para outros, porém, representa mais que comilança, mais que simples religiosidade. Páscoa é libertação. Portanto, se você é escravo de algum vício ou deformação de caráter, lembre que Deus tem o poder de perdoar, de libertar e de salvar.

A Páscoa é para todas as famílias. Portanto, se a sua família enfrenta problemas, clame a Deus, pois Ele pode dar livramento e tornar o seu lar uma bênção. A Páscoa é para cada pessoa. Portanto, se a sua vida não tem sentido, Deus quer lhe dar uma direção segura e levá-lo a uma “nova terra” de novas oportunidades.

A Páscoa representa também contrição, arrependimento e gratidão pela obra redentora de Cristo. Sendo um aferidor da nossa comunhão com Deus, ela insta para que nos acheguemos mais a Deus, para buscá-lo “enquanto se pode achar”.

A Páscoa é muito importante para todos nós. Portanto, antes da Páscoa, precisamos fazer uma reflexão e verificar a posição em que estamos diante de Deus, se em comunhão ou distantes.

A Páscoa é um poderoso lembrete de que Cristo está vivo. Ainda ressoam nos umbrais da História a palavra dos anjos às mulheres: “Buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; Ele ressuscitou, não está mais aqui!” (Mc 16.6). O túmulo vazio é o mais poderoso símbolo a lembrar o quanto a Páscoa é importante!

Portanto, antes da Páscoa, lembre-se de que, antes de tudo, Deus ama você e quer lhe dar vida abundante em Jesus Cristo.

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário