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terça-feira, 21 de junho de 2011

Missionária Frida Vingren (1891-1940)


Frida Strandberg (Junho, 1891 - Estocolmo, 30 de Setembro de 1940), nascida no norte da Suécia, era de uma família de crentes luteranos. Formou-se em Enfermagem chegando a ser chefe da enfermaria do hospital onde trabalhava. Tornou-se membro da Igreja Filadélfia de Estocolmo, onde foi batizada nas águas pelo pastor Lewi Pethrus, em 24 de janeiro de 1917 (com 25 Anos). Pouco depois recebeu o batismo no Espírito Santo e o dom de profecia.

Chamado
O chamado para a obra missionária sempre a impulsionou. Nessa época, surgiu na Suécia um movimento por missões, onde muitos jovens estavam imbuídos do desejo de ganhar almas para Cristo. Após comunicar ao pastor Pethrus que o Senhor a chamara para o campo missionário brasileiro, Frida ingressou em um Instituto Bíblico na cidade de Götabro, província de Närkre. O curso era freqüentado por pessoas que já tinham o chamado para missões e por aqueles que tinham apenas vocação missionária. Frida veio para o Brasil no ano de 1917 (com 25 anos), enviada pela igreja sueca e obedecendo ao chamado de Deus.

Casamento
Em uma das visitas de Gunnar Vingren à Suécia devido ao seu debilitado estado de saúde, ele conheceu Frida Strandberg, com quem travou forte amizade. Frida Strandberg casou-se com o pastor Gunnar Vingren (fundador da Assembléia de Deus no Brasil) em 16 de Outubro de 1917 (Com 26 anos) em Belém do Pará, numa cerimônia presidida pelo missionário Samuel Nyström. O casal teve seis filhos: Ivar, Rubem, Margit, Astrid, Bertil e Gunvor. Frida Strandberg agora passa a ser chamada Senhora Vingren ou Frida Vingren. Em Março de 1920 (Com 28 Anos), A Missionária Frida Vingren foi acometida de malária, sofrendo com terríveis ataques de febre. Durante dois meses e meio, a luta pela vida foi tamanha, a ponto de Gunnar Vingren, seu esposo, pedir que Deus a curasse ou a levasse para si. Nesse período, a igreja em Belém se colocou em oração e jejum, esperando de Deus um milagre, o que ocorreu em 3 de Junho de 1920. Depois de seu restabelecimento, ela enfrentou o problema de saúde do marido. A partir do final daquele ano, Gunnar Vingren começou a sofrer de esgotamento físico, em consequência da dedicação exclusiva ao trabalho do Senhor, e pelas vezes que também contraiu malária. Por esse motivo, o casal decidiu passar um período na Suécia. O retorno ao Pará ocorreu em Fevereiro de 1923 (Frida neste ano estava com 30 anos).

Ida do Casal Vingren para o Rio de Janeiro
Depois de muitos anos no Pará, a família Vingren, nessa época com quatro filhos, decidiu ir para o Rio de Janeiro. A mesma vontade de ganhar almas para Cristo continuou e o casal alugou uma casa no bairro de São Cristóvão, na Zona Norte da cidade, onde inaugurou o primeiro salão de cultos da Assembléia de Deus no Estado.
O Pastor Gunnar Vingren iniciava o culto na Igreja em São Cristóvão com um hino; todos cantavam; todos se levantavam; o Pastor Vingren anuncia o numero de um hino para ser cantado pela Congregação. Uma senhora loira aproxima-se do órgão, era a Missionária Frida Vingren; um jovem empunha um violino e fica na posição de tocar, é o jovem Paulo Leivas Macalão, um senhor idoso tem nas mãos um trombone, é o irmão Balbino. Inicia-se o culto na direção do Pastor Gunnar Vingren que também traz a mensagem final da Palavra de Deus.
O primeiro "culto a céu aberto" no Rio de Janeiro, realizou-se na Praça da República, e foi dirigido por Paulo Leivas Macalão. A partir de então outros cultos vieram a ser realizado na Estação da Central, Praça Onze Praça da Bandeira e Largo da Lapa, sob a direção da Missionária Frida Vingren.
A Missionária Frida Vingren continuou desenvolvendo atividades evangelísticas e abrindo frentes de trabalho em muitos lugares. A obra social da igreja, bem como grupos de oração e de visitas, ficou sob a responsabilidade da missionária. O dom de ensinar podia ser visto nas classes de Escola Dominical.
Na abertura dos cultos, fazia a leitura bíblica inicial e, quando o marido se ausentava em visita ao campo, era irmã Frida quem o substituía pregando e dirigindo os trabalhos. Ela gostava de ministrar estudos bíblicos.
O desprendimento da missionária e sua forte atuação na obra de Deus, muitas vezes foi motivo de crítica por parte de alguns. Mas, mesmo assim, ela nunca se limitou a desempenhar a função que o Senhor havia colocado em seu coração. Foi dirigente oficial dos cultos realizados aos domingos na Casa de Detenção no Rio de Janeiro e, pela facilidade que tinha para se expressar, pregava em todos os pontos de pregação da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro, em praças e jardins. Os cultos ao ar-livre promovidos no Largo da Lapa, na Praça da Bandeira, na Praça Onze e na Estação Central eram dirigidos pela irmã Frida.
Pela facilidade que tinha com a palavra escrita, Frida Vingren destacou-se entre os mais importantes colaboradores dos jornais Boa Semente, O Som Alegre e Mensageiro da Paz (que substituiu os dois primeiros a partir de 1930). Ela escrevia e traduzia mensagens evangelísticas, doutrinárias e de exortação. Foi também comentarista das Lições Bíblicas de Escola Dominical na década de 30. Além de escrever, Frida Vingren sempre se dedicou à música. Cantava, tocava órgão, violão e compunha hinos de grande valor espiritual. A Harpa Cristã (Hinário Oficial da Assembléia de Deus no Brasil) contém cerca de 23 hinos de sua autoria, entre eles Deixai entrar o Espírito de Deus (n° 85) e Uma flor gloriosa (n° 196).
Depois de quinze anos dedicados no Brasil, e de muito sofrimento por amor à Obra, a família Vingren decidiu retornar à Suécia em Setembro de 1932 (Frida estava com 41 anos). Dias antes da partida, a filha Gunvor faleceu, vítima de uma infecção na laringe. Frida Vingren faleceu em 30 de setembro de 1940, sete anos após o falecimento do marido.
Muitas vezes mal compreendida, questionada e criticada, Frida Vingren tinha certeza do seu chamado. Sua única convicção era de que o Senhor Jesus a acompanhava em todos os momentos de sofrimento e luta.


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